Vereadores de São Sebastião discutem segurança pública e turismo com a nova diretoria da Frente Parlamentar

Na primeira reunião do ano da nova diretoria da Frente Parlamentar do Litoral Norte (Frepap-LN), realizada na quinta-feira, dia 14, na Câmara de São Sebastião, o assunto em pauta foi à questão da segurança pública.A criação da diretoria de Cultura e Turismo foi aprovada pelos integrantes e na próxima reunião será decidido os nomes dos responsáveis pela pasta. O prefeito de são Sebastião, Ernane Primazzi, também prestigiou o evento da frente na câmara sebastianense.

O principal tema em discussão foi a questão da segurança pública. O presidente do Legislativo sebastianense, Artur Balut (PSDC) lamentou a falta de segurança na cidade, inclusive com cidadãos sendo vítimas de moradores de rua, que, mesmo amparados por instituições beneficentes da cidade, já foram flagrados pelas câmeras de segurança realizando furtos no centro histórico da cidade.

Artur relatou que ele próprio já teve estabelecimentos comerciais assaltados, o mesmo acontecendo com a Câmara. “Cheguei a ficar cara a cara com o bandido que foi preso e, no dia seguinte estava na rua de novo. É uma vergonha; não temos segurança nenhuma”, disse. Ele lembrou que na época de eleições, os deputados vêm ao município falar das necessidades da região, inclusive na área de segurança,  mas quando assumem o posto não cumprem as promessas.

A elaboração dos boletins de ocorrências foi outra questão criticada por Artur, que esteve durante um bom tempo na delegacia para registrar uma das ocorrências, mas não havia nenhum delegado. “Tivemos que esperar até quatro horas da manhã para ser atendido e as nove o ladrão já estava solto,” informou.

O prefeito Ernane disse que o executivo está disposto a lutar com a frente para o aumento de efetivo policial na região. Ele também aproveitou o evento para convidar os vereadores a participar também ativamente das discussões em torno dos royalties do pré-sal, outro tema, na opinião dele, de sua importância para o futuro da região.

O vice-presidente da Frente, Amilton Pacheco da Silva, sugeriu que os demais municípios elaborassem moção de apelo ao governador para impedir o fechamento das delegacias e reivindicar mais policiais para os municípios do Litoral Norte, seguindo o exemplo do que foi feito em São Sebastião e Ilhabela.

Na opinião do vereador de São Sebastião, Paulo Henrique Ribeiro Santana,  a população do município cresceu muito em relação ao percentual nacional. “Quando solicitamos aumento no efetivo policial sempre recebemos a resposta de que não há previsão para os próximos três anos, mas na época de campanha política surgem as propostas de segurança, mas têm acontecido os “estelionatos eleitorais”

Já o parlamentar Marcos Tenório entende que quanto mais o município investe em segurança, menos o governo do estado cumpre com suas obrigações. “Não concordamos com o modelo de política da Secretaria Estadual de Segurança, que vem perdendo espaço com suas ações,” reconhece.

O vereador Marcos Jorge (PV) entende que não há necessidade de base para a polícia, mas de efetivo preventivo e ostensivo. “Entrei com documento para implantarmos o pró labore para os policiais, e essa luta é antiga por maior número desses profissionais no município,” afirma.

A vereadora Solange Ramos enfatizou que é preciso se reunir para discutir o “bullyng” nas escolas, lembrando que o crime acontecido recentemente em Realengo, no Rio de Janeiro, foi motivado por esse tipo de comportamento.

O vereador “Ernaninho”  disse que prefere aguardar as ações do governador, já que muita coisa ainda poderá mudar. “Tivemos grandes esforços e conseguimos compromissos do Geraldo, vamos aguardar porque ele é um homem de família de bem e vai cumprir o que prometeu,” acredita.

O parlamentar José Reis de Jesus Silva (PSB) declarou que é totalmente contra o fechamento das delegacias e sugere uma intervenção da Frente Parlamentar.

Documento

 Os vereadores que integram a Frente Parlamentar do Litoral Norte (Frepap – LN) decidiram elaborar um documento oficial a ser entregue, em mãos, ao Governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, com a reivindicação de mais policiais para o Litoral Norte e a construção do Hospital Regional.

O documento vai conter as principais demandas discutidas pela Frente Parlamentar nesses dois anos de atuação, como a instalação do Hospital Regional. Os integrantes da Frente irão aguardar a aprovação de documento semelhante feito pelos vereadores de Ubatuba, Caraguatatuba e Bertioga, e entregar a manifestação a Geraldo Alckmin.

Na reunião realizada ontem, estiveram presentes, além dos vereadores, o prefeito de São Sebastião, Ernane Primazzi, o Delegado Seccional, Múcio Alvarenga, o presidente do Conseg, Aristides Petrella, a vice-presidente, Eder Ávila Castanheira e o Secretário Municipal de Segurança, Antonio Dias.

De São Sebastião, apenas os Maurício Bardusco e Luiz Antonio de Santana Barroso, o “Coringa” não compareceram ao encontro; Ilhabela foi representada pelo presidente da Câmara, Carlinhos, e o vereador Catolé. De Ubatuba veio o vereador José Americano, que é o novo presidente da Frente Parlamentar; de Caraguatatuba compareceu a parlamentar Vilma Santos; e  de Bertioga vieram os vereadores Renato Faustino de Oliveira Filho e o pastor Clayton.

O delegado seccional de Polícia do Litoral Norte, Múcio Alvarenga, disse que a união entre os cinco municípios é determinante na discussão da segurança, já que o crime não vê a polícia como região, ele entende que a vinda de mais homens para a polícia vai minimizar o problema. Ele concorda que no Litoral Norte há pouco contingente porque à medida que os profissionais se aposentam, outros não assumem no lugar e vai ficando defasado.

Na opinião de Múcio, é importante essa readequação que o governo do estado está propondo com a unificação das delegacias. O delegado explica que o DISE se juntou com DIG no mesmo prédio e os serviços continuaram, o mesmo vai acontecer com o 3º DP da Enseada que se une ao 1º. DP.

“Na delegacia da Enseada, registramos um boletim de ocorrência por dia, pouco se comparado com alguns bairros da capital, por exemplo, que lavram de 32 a 36 BOs diariamente;  mas há local que precisa do posto policial como o 1º. Distrito de Ubatuba,” acrescentou.